sábado, 8 de março de 2014

Política de Aceitação de Seguro Empresarial

Em muitos casos, quando algum corretor tentar contratar o seguro para uma empresa, tem uma resposta negativa sob a alegação daquela atividade não fazer parte da política de aceitação da seguradora. Isso deve intrigar tanto as empresas, quanto os corretores. Afinal, não tem nenhuma resposta mais flexível ao invés de declinar o pedido de cotação?
Às vezes, os próprios subscritores não sabem porque estão declinando o risco, dizem apenas que estão respeitando a Política de Aceitação da seguradora. Uma política de aceitação é formulada com base em algumas premissas importantes. Eis:
  • Objetivos da área
O posicionamento estratégico da seguradora vai definir a tipologia dos riscos, dos quais a seguradora pretende atuar. Algumas seguradoras tem uma política mais "agressiva", enquanto outras são mais conservadoras.
  • Critérios de atuação da subscrição
A subscrição é responsável pelo cruzamento de uma série de informações que definem os sistemas de proteção exigidos para cada atividade, tarifação, classes de riscos, região de interesse, etc.
  • Inter relacionamento com outras áreas da seguradora
Em alguns casos, a seguradora pode atuar com alguns riscos pelo interesse de outras áreas. Alguns riscos podem não ser foco, mas por interesse de outras carteiras (Auto, Vida, Saúde, Previdência, Capitalização), entende-se que a abertura é vantajosa em um ângulo mais amplo para a seguradora.
  • Inter relacionamento com corretores
A seguradora pode aceitar determinadas atividades exclusivamente para algumas corretoras, devido o bom relacionamento, resultado superlativo e a influência que aquela corretora exerce sobre a seguradora.
  • Conhecimento das experiências anteriores vivenciadas pela seguradora
A seguradora pode ter sofrido algum (ns) revés (es) em algumas atividades, tornando claro que aquela atividade é difícil de se trabalhar e por isso a exclusão de política é a melhor solução. Em contrapartida, podem haver casos, cuja atividade tem um resultado tão satisfatório que a empresa decide focar nisso.
  • Orçamento da área
Às vezes, a necessidade que a área tem para atingir um resultado a obriga em ousar mais e criar maneiras de atrair negócios quem fugiriam do foco.
  • Economia
As características econômicas mostram as atividades em grande quantidade e com baixo risco. Mediante um estudo, é possível que a seguradora faça segmentos para atuar mais forte em alguns ramos de atividades.
  • Carga de incêndio da operação da empresa
Em algumas atividades, a carga de incêndio (cobertura principal do seguro) fala por si só. A seguradora pode entender que os sistemas protecionais necessários para atenuar aquele risco são tão difíceis de serem atendidos que a exclusão da atividade é uma forma de evitar aceitações indevidas.
  • Estudo de riscos 
Para atuar no ramo Empresarial, é necessário compreender os riscos das inúmeras atividades existentes no mercado. 
  • Classes de risco
Embora a TSIB não tenham a mesma importância de antes, é possível estabelecer a Politica de Aceitação através das classes de risco. Geralmente, as atividades foco das seguradoras são as classes de risco mais baixas, enquanto os riscos mais elevados são declináveis.
  • Contrato de Resseguro
O contrato de resseguro da seguradora também é um importante fator que influencia diretamente nas atividades que serão aceitas. Os riscos que estiverem excluídos do contrato de resseguro, geralmente, fica automaticamente excluído da Política de Aceitação da empresa.

Importante considerar que existe uma margem de flexibilidade das seguradoras. Existem as aceitações especiais, mas a grande massa de riscos da carteira é de acordo com a Política de Aceitação. A miscelânea de informações supramencionadas que vão auxiliar na formulação da Política de Aceitação da Seguradora.

Depósito: O Vilão no Risco de Incêndio



Uma carga de incêndio pode ser mensurada pelo potencial calorífico e a massa total de volume dos materiais. Os ambientes onde se encontram um grande volume de massa são os depósitos. Em uma linguagem menos científica, podemos dizer que os depósitos, comumente, tem uma carga elevada de incêndio devido a grande quantidade de materiais combustíveis.
Nos riscos comerciais, a avaliar pela área de venda ou atendimento à clientes, o risco aparenta ser baixo, no entanto, os depósitos revelam outra situação. Para agravar, os depósitos operam acima de sua capacidade em épocas como natal e outras datas comemorativas. Nesses períodos, em muitos casos as áreas de circulação ficam obstruídas, as mercadorias ficam estocadas até o teto e a organização completamente inadequada. Numa situação dessa, fica mais fácil ignizar um incêndio, a propagação é mais rápida e o combate é mais complexo.
No Brasil, a cultura do gerenciamento de risco ainda não é difundida, então não existe a devida preocupação dos empresários em manter a integridade de seu patrimônio. As empresas buscam sumariamente transferir seus riscos para as seguradoras, por isso, existe a necessidade dos subscritores de riscos patrimoniais estarem alertas para evitar a aceitação de riscos que não tenha uma boa proteção contra incêndio e opere com condições adequadas de segurança.
Em um ambiente desfavorável encontrado em alguns depósitos, uma simples fonte de ignição é capaz de provocar uma catástrofe destruindo todo o risco. Não se deve negligenciar o risco de uma "simples" loja de calçados, roupas, papelaria ou um mini mercado. A análise desses riscos merece tanta atenção quanto nos riscos maiores. 
O objetivo das seguradoras são assegurar proteção aos seus clientes, mas os subscritores devem atender esse objetivo pensando também na rentabilidade da operação.