Dizem que o Brasil é um país livre de catástrofes naturais, mas na verdade todo ano sofremos com perdas materiais e humanas oriundas de inundação. Somente nos últimos anos, podemos destacar os principais eventos extremos: Santa Catarina/2008, Amazônia/2009, Alagoas/2010, Rio de Janeiro/2010, São Paulo/2010, Região Serrana-RJ/2011, Angra dos Reis-RJ/2011, Blumenau/2012 e Espírito Santo/2013. Os problemas com inundação tem sido recorrentes, causando grandes perdas materiais e humanas. No que tange as perdas materiais, por não haver uma reserva financeira consistente, a maior parte das perdas são irreparáveis, prejudicando a sociedade e a economia.
As inundações no Brasil são mais frequentes principalmente por conta da alta ocupação nas zonas costeiras e próximas a rios, aliada as mudanças climáticas com aumento dos índices pluviométricos. Essas áreas estão mais expostas e o valor dos prejuízos torna-se mais significativo quando levamos em conta o aumento das atividades econômicas, da população e de seus ativos.
A mitigação do risco requer uma ação conjunta de muitos:
- Governos Locais;
- Academia e pesquisadores;
- Cidadãos e grupos comunitários;
- Autoridades e parlamentares do governo nacional;
- Organizações internacionais;
- Setor privado.
Do ponto de vista técnico, seria complicado analisar, gerenciar e precificar o risco de inundação no Brasil. Por mais que existam órgãos que monitorem os riscos de inundação, os bens materiais permaneceriam muito expostos. Para assegurar esses bens, o prêmio cobrado ficaria muito elevado. A Classe D é a mais exposta pelo risco de inundação e a contratação do seguro se tornaria dispendiosa. Muito provavelmente, a adesão seria baixa e a captação de prêmios seria insuficiente para quitar tantos sinistros.
O mercado de seguros no Brasil, semelhantemente a economia, é austero e adotar uma postura tão arriscada não é nossa característica. Comumente, as seguradoras trabalham de forma quase linear, as políticas de aceitação são muito parecidas e em muito casos, alguns riscos ficam excluídos do mercado.
Uma questão a ser discutida é: Se em outros países são feitos seguros análogos ao de Inundação no Brasil, porque o mercado não estuda esta oportunidade para transforma-la em realidade? Existem muitos motivos pelo qual o seguro de inundação não é feito no Brasil. Os analistas de mercado acreditam que é factível auferir lucro com esse tipo de seguro, mas para o Brasil dar este passo precisa quebrar alguns paradigmas, criar produtos e coberturas simplificadas e aproveitar as oportunidades existentes.
Por: Leandson Albuquerque
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